Tenho (X) depressão (X) ansiedade (X) TDAH (X) TOC...
- Raquel Marinho
- 3 de mar. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 29 de jan.
No título, incluo alguns nomes de "transtornos mentais" que não são incomuns no vocabulário daqueles que buscam uma análise. Como, no entanto, um analista lida com tais diagnósticos psiquiátricos?

(Fonte da imagem: https://spsicologos.com/2017/07/14/quem-foi-chartot-sobre-a-histeria/)
Você sabia que Sigmund Freud, o fundador da Psicanálise, era médico neurologista? Ele colaborou com Jean-Martin Charcot (na imagem, no Hospital Salpêtrière), dedicando-se aos casos de histeria, uma "doença" que se modificava constantemente, desafiando qualquer esforço de classificação. Freud optou por escutar os pacientes, ao invés de forçá-los a se encaixarem nos saberes existentes na época. Assim nasceu a Psicanálise, centrada na escuta do singular (do inconsciente), do que escapa a toda possibilidade de agrupamento em uma categoria universal.
Isso significa que a Psicanálise desconsidera os diagnósticos? Não exatamente! A Psicanálise tem sua tipologia clínica, referindo-se aos modos como os sujeitos se defendem do sofrimento, daquilo que faz vacilar seus ideais sobre si mesmo. Mas, ainda que existam os tipos clínicos na Psicanálise, considera-se cada caso como único. Nesse sentido, posso dizer que Freud reconheceu que a histeria era apenas uma maneira de um paciente ser inclassificável, distinto de qualquer outro.
Portanto, quando um paciente fala de um diagnóstico psiquiátrico, está descrevendo como seu sofrimento vem sendo classificado pelas disciplinas atuais. Para o analista, contudo, isso é uma parte do que se pode compreender sobre os seus sintomas, ou seja, é apenas o começo daquilo que o próprio paciente pode falar e saber a respeito do que sofre.